«Vivemos num neofascismo capitalista»


foto de Carlos Vidigal Jr. / ASF
Numa altura tão difícil e injusta, que os portugueses têm aguentado com uma paciência que eu considero inexcedível, em que vivemos num neofascismo capitalista, que afasta ainda mais as pessoas da cultura e dos livros, estar aqui hoje é, também, um acto de protesto”, disse ontem, em Faro, o escritor António Lobo Antunes, durante uma conversa com leitores a propósito do seu último livro "Comissão de Lágrimas".

Num registo informal, perante uma sala lotada, com perto de uma centena de pessoas, o escritor respondeu às várias questões colocadas pela assistência, falou do seu último livro e teceu críticas ao estado da cultura em Portugal, alertando para o excesso de lixo televisivo, a falta de programas culturais e a inexistência de bons livros.

Tudo isto é altamente conveniente para o poder político que, na realidade, é o poder económico, porque um povo culto não consente este tipo de existência que vivemos agora, e começa a exigir. Por isso, a cultura é perigosa e assusta o poder”, concluiu o escritor, acrescentando que são “as autarquias e os livreiros” quem mais faz pela cultura no nosso país.

(LUSA)

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