Bibliografia

[clique nos títulos dos livros com ligação activa para ler críticas e opiniões de leitura; as capas apresentadas são da última edição LeYa Dom Quixote (Portugal), salvo quando assinalado]


BIBLIOGRAFIA OFICIAL



Memória de Elefante, 1979




Um dia na vida de um psiquiatra que esteve na guerra colonial em Angola. Esse médico está separado da mulher e das filhas. O livro divide-se em capítulos que não têm título. A narrativa é feita quase sempre na terceira pessoa, mas surge por vezes uma primeira pessoa - por exemplo, um monólogo do psiquiatra, no carro, à noite.




Durante uma noite, um homem, que regressou da guerra colonial em Angola, e que é o narrador, conversa com uma mulher que encontrou. Há intervenções da mulher, mas sempre integradas naquilo que o homem diz. O livro está dividido em 23 capítulos. Cada um deles corresponde a uma letra do alfabeto.


Conhecimento do Inferno, 1980


Um psiquiatra vai do Algarve para Lisboa, sozinho, de carro, durante uma tarde e parte da noite. Chega a casa dos pais, na Praia das Maçãs. Ao longo do livro, misturam-se descrições das paisagens percorridas, da infância, de Angola e do hospital onde ele trabalha.


Explicação dos Pássaros, 1981


Um homem e uma mulher deixam Lisboa para se dirigirem a Tomar, onde decorre um congresso, mas é em Aveiro que passam o fim-de-semana. O homem quer deixar a mulher, não é capaz de lhe dizer, e finalmente ela resolve deixá-lo. A mulher regressa sozinha. O homem desapareceu. Mais tarde, encontra-se o seu corpo na ria de Aveiro. Suicidou-se. Há pássaros junto do cadáver.


Fado Alexandrino, 1983


Ex-combatentes da guerra colonial em Moçambique encontram-se em Lisboa, em 1982: um comandante, um alferes, um oficial de transmissões, um soldado e um capitão, também no lugar de psicoterapeuta, não fala mas é a quem os outros se dirigem, contando as brutalidades na guerra e depois. A revolução, num arco de cinquenta anos, encadeia os acontecimentos sem si mesmos; é através do diálogo que a "acção" do romance progride. No final há um assassínio.


Auto dos Danados, 1985


A vida de uma grande família portuguesa em 1975, quando, em Portugal, "a época das cerimónias morreu". Um casal e o irmão do marido viajam até Reguengos de Monsaraz porque o patriarca (o avô) está moribundo. Em Monsaraz vive o resto do clã, que inclui um filho e uma filha, ambos casados, e uma terceira filha, solteira e mongolóide. O velho morre durante as festas da vila, que terminam com a morte do touro. Não há herança, há dívidas. A família foge do país. 


As Naus, 1988


Os Descobrimentos como se fossem vistos do avesso, mostram a decadência de Portugal em todo o seu esplendor. Navegadores, reis, escritores, colonos, regressam à pátria: Pedro Álvares Cabral procura emprego e vive num quarto nojento de uma pensão com outras famílias de Angola, Gil Vicente é ourives, Vasco da Gama passeia no Guincho com o rei D. Manuel. D. Sebastião é esperado por um grupo de indigentes. Mesmo antes disso, A Portuguesa é executado em ritmo de pasodoble.


Tratado das Paixões da Alma, 1990


Um Juiz de Instrução e um Homem, que aparecerá também como "Antunes", amigos de infância, encontram-se num processo judicial em que o Homem (Antunes) é acusado de pertencer a uma rede bombista. São amigos de infância porque o Juiz era filho do caseiro da quinta do avô Antunes, em Benfica.


A Ordem Natural das Coisas, 1992


Várias personagens monologam. Algumas delas pertencem à mesma família, outras estão ligadas por uma razão fortuita. A história que contam nos monólogos, dois por cada uma das partes do livro, é contada por um escritor a um ex-pide. Uma senhora que morrerá sabe a mesma história de perdas, equívocos, enganos, culpas e sofrimento.


A Morte de Carlos Gardel, 1994



Nuno é um jovem toxicodependente, no hospital, em coma. O pai, Álvaro, e a mãe, Cláudia, estão divorciados. No hospital, é o pai e Graça, irmã do pai, que lhe dão assistência. Cada um deles recorda determinados períodos da vida; as recordações misturam-se com os acontecimentos. Nuno morre. (adaptado para cinema com título homónimo por Solveig Nordlund cuja estreia foi em Setembro de 2011)


O Manual dos Inquisidores, 1996


As transformações no pós-25 de Abril, designadamente numa grande quinta em Palmela, de uma família com ligações ao antigo regime, através de relatos, cinco (e cada um deles inclui outros três, feitos do ponto de vista da mesma personagem). As personagens que surgem com mais frequência são: o filho, a governanta, a irmã, a amante do pai e o pai.


O Esplendor de Portugal, 1997


Carlos convidou para o Natal em sua casa os seus irmãos, como ele retornados de Angola. O pai, Amadeu, morreu antes de os filhos regressarem, e a mãe, em Angola, encarregou-se da plantação, auxiliada por criados - Damião, Fernando, Josélia e Maria da Boa Morte. Carlos é branco, mas filho de Amadeu e de uma negra, Rui é epiléptico, Clarisse era a preferida do pai. A mãe, Isilda, morre no final, sonhando que os filhos a foram visitar.


Livro de Crónicas, 1998


As crónicas de António Lobo Antunes surgiram nos anos 90 no jornal Público e podem agora ser lidas na revista Visão sendo, ainda quinzenais; o seu êxito é enorme. São também publicadas em Espanha, no diário El País. Os dois anteriores livros de crónicas foram traduzidos em vários países. Os seus múltiplos registos, a diversidade das pequenas histórias contadas, o virtuosismo, a arte de levar o leitor do sorriso à emoção extrema, fazem, por um lado, com que estas crónicas se leiam com uma enorme facilidade e, por outro, que sejam um tema muito curioso para um exercício: ver até que ponto se distanciam, e, por vezes, se aproximam, dos livros.


Exortação aos Crocodilos, 1999


Quatro mulheres, Mimi, Celina, Simone e Fátima, todas elas com uma ligação a bombistas em actividade depois do 25 de Abril, monologam sobre si mesmas e, através de si mesmas, sobre acontecimentos diversos da história do país, como atentados a sedes de partidos ou a célebre queda do avião em Camarate, dadas as circunstâncias da história pessoal de cada uma. Uma delas, Mimi, é surda.


Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura, 2000

O pai de Maria Clara foi internado e vai morrer. O livro é composto pelas divagações de Maria Clara, as suas recordações e as suas histórias e personagens inventadas, enquanto o pai está a morrer.


Que Farei Quando Tudo Arde?, 2001


Paulo, o filho de Carlos, que é travesti, e de Judite, toxicodependente, fala de como a sua vida se transformou por causa do pai, acabando mesmo por, numa determinada fase, ser internado. A mãe, prostituta alcoolizada, tem uma estranha relação com Carlos e com rui, o seu companheiro.


Segundo Livro de Crónicas, 2002


As crónicas de António Lobo Antunes surgiram nos anos 90 no jornal Público e podem agora ser lidas na revista Visão sendo, ainda quinzenais; o seu êxito é enorme. São também publicadas em Espanha, no diário El País. Os dois anteriores livros de crónicas foram traduzidos em vários países. Os seus múltiplos registos, a diversidade das pequenas histórias contadas, o virtuosismo, a arte de levar o leitor do sorriso à emoção extrema, fazem, por um lado, com que estas crónicas se leiam com uma enorme facilidade e, por outro, que sejam um tema muito curioso para um exercício: ver até que ponto se distanciam, e, por vezes, se aproximam, dos livros.


Boa Tarde Às Coisas Aqui Em Baixo, 2003


São enviados a Angola, terra devastada, três homens, sucessivamente, todos com uma missão semelhante, a de viajar uma família de presumíveis traficantes de diamantes. O "buraco negro" e brilhante do livro é o contrabando de diamantes, que sustenta, obceca e destrói as criaturas. Lugares e situações de romances anteriores voltam a aparecer. não nos podemos esquecer de "O inferno consiste em lembrarmo-nos a eternidade inteira".


Eu Hei-de Amar Uma Pedra, 2004


Uma mulher faz crochet na praia, dois toldos adiante, ano após ano, para que ela e o homem que tem outra mulher, e duas filhas, possam ver-se. Ela não pede nada, ninguém a vê, o crochet esconde uma pessoa inteira. O homem morre, e essa mulher é uma doente de 82 anos, em consulta, psiquiátrica. Encontra o homem aos dezassete anos. Muito depois, reencontram-se. Não teve outro homem, nunca. Encontram-se uma vez por semana numa hospedaria da Graça, por vezes em Sintra, e no verão, nessa praia.


Terceiro Livro de Crónicas, 2006


As crónicas de António Lobo Antunes surgiram nos anos 90 no jornal Público e podem agora ser lidas na revista Visão sendo, ainda quinzenais; o seu êxito é enorme. São também publicadas em Espanha, no diário El País. Os dois anteriores livros de crónicas foram traduzidos em vários países. Os seus múltiplos registos, a diversidade das pequenas histórias contadas, o virtuosismo, a arte de levar o leitor do sorriso à emoção extrema, fazem, por um lado, com que estas crónicas se leiam com uma enorme facilidade e, por outro, que sejam um tema muito curioso para um exercício: ver até que ponto se distanciam, e, por vezes, se aproximam, dos livros.


Ontem Não Te Vi Em Babilónia, 2006


Uma noite ninguém dorme, e durante a meia-noite a as cinco da manhã, as pessoas sonham acordadas no sono: contam e inventam as suas vidas e as suas histórias, ou as histórias em que transformam as suas vidas, ou as vidas que transformaram em histórias. Podem ser vidas cruéis, de medo, de uma cicatriz interior, de algo que talvez fosse o Estado português de outros tempos. Podem ser vidas de amores passados, de lápides varridas, de um desejo de uma vida inteira, de se poder ser feliz sem pensar. Nestas histórias, nestes silêncios destas falas, nos risos e nas traições, vamos identificando a noite de um país, a noite cheia de vozes de todos nós, e a noite silenciosa que é o isolamento de cada um. Como diz o autor - “porque aquilo que escrevo poder ler-se no escuro”.

O Meu Nome É Legião, 2007


O livro começa como um relatório de polícia, descrevendo a vida de um gang numa zona a que se chama simplesmente Bairro e que nos pode fazer evocar um qualquer bairro periférico de uma grande cidade. [...] percorremos, como se fosse a nossa vida, a vida de pessoas que vivem na pior parte do pior sítio do mundo – pessoas que são muitos, sendo o mesmo, e sendo esse «mesmo» uma parte oculta, desesperada e silenciosa de nós, que se esforça por acreditar que há uma salvação. Cruzam-se histórias, tendo quase sempre como pano de fundo o bairro; os conflitos homem/mulher, ricos/pobres, brancos/pretos; as histórias não acabam, e é normal - o autor mostra-nos que aquilo que existe de mais parecido com a salvação é esquecer tudo o que aconteceu e pensar: «Não tenho medo de vocês, não tenho medo de nada».


O Arquipélago da Insónia, 2008


Começamos por uma casa, pelo sentimento uma força em exercício, um poder que vem de há muito tempo, quando essa casa era igual mas era uma herdade, um latifúndio, quando nada faltava – a família, as empregadas na cozinha, o feitor, os campos, a vila ao fundo, e a voz do avô a comandar o mundo. / Agora há fotografias no Alentejo em vez de pessoas, e há objectos, cientes que também acabarão sem ninguém, há memórias de quem dorme, ou morreu, mortos que não sabem se a vida foi vida, há os irmãos, um é autista, e a imagem da mãe muito nítida, sempre de costas /“(alguma vez a vi sem ser de costas para mim?)”. / Nessa altura já não se sabia a que cheira o vento, como não se sabe para onde foi a Maria Adelaide, morta também, foi para Lisboa? / A herdade foi tirada ao autista, e a doença (de quem?) é um arquipélago branco nas radiografias dos outros, um arquipélago normal, inocente. Estão todos mortos ou estão todos a sonhar e trocaram de sonhos, como se pudéssemos trocar de sonhos. / De qualquer forma, sabemos que daqui a nada será manhã – mas aquilo que se disse ainda se ouve lá dentro /“(- Não precisa de se casar comigo menino o seu pai nunca casou comigo)” / E então vamos sabendo que não será manhã nunca.


Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?, 2009


A acção decorre no Ribatejo, numa quinta onde se criam toiros. A mãe está a morrer e cada um dos filhos fala e conta a sua história, que se cruza com a história dos outros. Francisco, que odeia os irmãos e espera apropriar-se de tudo quando a mãe morrer; João, o preferido da mãe, pedófilo, que engata rapazinhos no Parque Eduardo VII; Beatriz, que engravidou e teve de casar cedo; Ana, a mais inteligente, drogada e frequentadora dos mais sinistros lugares onde se trafica droga. Há ainda a figura do pai, que vai perdendo ao jogo a fortuna da família, na obsessão de que o número 17 lhe há-de trazer a sorte. E finalmente Mercília, a criada que os criou a todos e que sabe todos os segredos.


Sôbolos Rios Que Vão, 2010


Entre os últimos dias de Março e os primeiros de Abril de 2007, depois de uma operação grave, o narrador, entre as dores e a confusão provocada pela anestesia e pelos medicamentos, recupera fragmentos da sua vida e das pessoas que a atravessaram: os pais e os avós, a vila da sua infância, a natureza da serra, os amores e os desamores. Como um rio que corre, vamos vivendo com ele as humilhações da doença, a proximidade da morte, e o chamamento da vida.


Quarto Livro de Crónicas, 2011


«Este quarto livro de crónicas de António Lobo Antunes é uma selecção de 79 crónicas publicadas na revista Visão. Nestes pequenos textos, António Lobo Antunes evoca lugares, personagens, retratos do quotidiano e memórias de infância. Não morreste na cama mas morreste entre lençóis de metal horrivelmente amachucados na auto-estrada de Cascais para Lisboa e a gente ali, diante do teu caixão, tão tristes. Começa assim a quarta crónica deste livro e é um bom exemplo da intensidade dramática de alguns textos que sendo muito mais acessíveis ao público do que os seus romances não descuram uma forte componente literária. E com uma narrativa que nos surpreende sempre pela genialidade como junta as palavras para formar cada frase, António Lobo Antunes leva-nos da tristeza à alegria e arranca-nos sorrisos pela forma como se ri de si próprio e das pequenas fraquezas de cada um de nós e que "apanha" e retrata como ninguém».


Comissão das Lágrimas, 2011


“Um doloroso canto de uma mulher torturada” foi o ponto de partida para Comissão das Lágrimas. A mulher torturada foi Elvira (conhecida por Virinha), comandante do batalhão feminino do MPLA, presa, torturada e morta na sequência dos terríveis acontecimentos de Maio de 1977 em Angola. Mas este é apenas um episódio num livro denso e sombrio sobre Angola depois da independência. António Lobo Antunes não quis fazer um livro documental ou uma reportagem “verídica” sobre o que se passou em Angola, antes usou a sua sensibilidade e o espantoso poder evocativo da sua escrita para falar sobre a culpa, a vingança, a inocência perdida.


Não É Meia Noite Quem Quer, 2012


O enredo do livro desenvolve-se em três dias, sexta-feira, sábado e domingo. Uma mulher com perto de cinquenta anos vai passar um fim de semana na casa de férias da família, numa praia não identificada. A casa, modesta, foi vendida e ela quer despedir-se da casa, mas também relembrar tudo o que se passou ali - a sua infância com os pais e os irmãos, o suicídio do irmão mais velho, o irmão surdo-mudo, o complexo e dramático relacionamento dos pais, a menina da casa em frente, sua amiga do tempo de férias. Vem depois a sua vida actual, mal casada, sem filhos, professora numa escola como tantas outras, com uma relação frustrante e sem entusiasmo com uma colega mais velha… O falhanço que é a sua vida reflecte-se na casa há muito desabitada e nos sonhos de todos eles, ali irremediavelmente enterrados. A despedida da casa pode levá-la a imitar o irmão mais velho e, no domingo, atirar-se das arribas e encerrar ali uma vida sem futuro.

Quinto Livro de Crónicas, 2013


Compilação de pequenos textos publicados na revista Visão em que o autor aborda temas do foro pessoal, quase como o espelho de uma reflexão interior ou do que lhe vai na cabeça e na alma combinando autobiografia e ficção de forma criativa. Sendo muito mais acessíveis ao público do que os romances do autor, estas crónicas não descuram uma forte componente literária.


Caminho Como Uma Casa Em Chamas, 2014


O livro toma como base um prédio algures em Lisboa e as «histórias» das pessoas que nele vivem, mas este é apenas um pretexto para António Lobo Antunes nos maravilhar com a sua escrita única e a sua descida cada vez mais fundo ao que de mais íntimo há em cada um de nós.


Da Natureza Dos Deuses, 2015


«Ainda o Caso BES estava no princípio da história, e já este romance estava concluído. António Lobo Antunes revela aqui muito dos comportamentos das pessoas em questão, para quem o souber ler, e perceber que frases que não acabam, repetições da intriga, esboços de episódios, filamentos da memória, apuros estilísticos, não são ‘manias’ do escritor, mas um modo único de escrever romance na época contemporânea. Para ler devagar, fazer ecoar em nós. Para o leitor se absorver em propostas poéticas únicas que nessa escrita se fazem.» Maria Alzira Seixo


Para Aquela Que Está Sentada No Escuro À Minha Espera, 2016


Um livro perturbador sobre a memória – ou a perda da memória. Uma velha actriz luta com a idade e as suas contingências, enquanto as recordações do passado invadem os seus dias.


Até Que As Pedras Se Tornem Mais Leves Que A Água, 2017

   
Um livro vertiginoso, violento e por vezes duro, num regresso do autor aos fantasmas da guerra de Angola. «Ler a prosa do maior escritor português, que é também um dos escritores maiores do seu tempo, é uma experiência rara, perturbadora e ao mesmo tempo cativante.» - Bruno Corty, Le Figaro




Desenrola-se em torno de um crime real ainda em investigação. Um empresário é assassinado e o seu corpo dissolvido em ácido sulfúrico para eliminar qualquer prova. Vários homens estão envolvidos, entre eles dois advogados irmãos. Este é o episódio central, consistindo os 25 capítulos do romance da narrativa, no pensamento de cada um, de momentos da vida, do íntimo e do quotidiano de cinco personagens: o "cobrador do bilhar", o "segundo cobrador", o "ervanário", o "irmão do doutor" e o "doutor", este sendo o mandante do crime que todos acreditam ter sido bem montado, designadamente porque "sem corpo não há crime" - citado de Wikipedia




A Outra Margem do Mar recupera o início da sublevação na Baixa do Cassanje, em Angola. O romance recai, assim, nos incidentes ocorridos antes da guerra colonial, quando grandes plantações de algodão começaram a ser incendiadas, acontecimentos que foram fulcrais para o desenrolar do conflito. 




O [...] romance [...] tem como personagem principal Júlio Fogaça, membro proeminente do PCP nos anos trinta do século passado. Ao longo de vinte e quatro capítulos, numa escrita disruptiva a que Lobo Antunes já nos habituou, o leitor é levado a interrogar-se sobre a verdadeira identidade desse protagonista. Temas como o tempo, a memoria e a identidade, caros ao autor, estão também presentes neste romance. Todavia, a verdadeira pedra angular da narrativa é a descoberta de um livro antigo, que está na origem do título do romance, e que origina uma surpreendente oscilação gráfica entre o português actual e o do final do século XIX. - (sinopse citada do site amazon.es)


As Crónicas, 2021 


As crónicas reunidas no presente volume resultam de uma selecção feita a partir de mais de quatrocentos textos, publicados em cinco volumes independentes entre 1998 e 2013.




Por entre os estalos dos móveis da sua casa em Lisboa, um idoso observa o outro lado do Tejo enquanto se perde nas memórias sobre uma cave e um pequeno jardim com um baloiço. Independentemente de ter acabado por se tornar presidente de uma grande empresa, o sucesso jamais debelou a perda daquele tempo, acorrendo repetidas vezes ao local e imaginando que as pequenas coisas e as personagens (mais significativas, como a filha, ou mais casuais, como uma senhora que passa com um carrinho das compras) se mantêm intactas, tal qual um tempo impoluto.




Quase duas centenas de crónicas publicadas entre 2013 e 2019 na revista Visão são uma demonstração do poder de observação que tem o autor das pessoas e dos ambientes, do entendimento do mundo e dos homens - do que pode haver de burlesco ou transcendente nas suas vidas -, das relações amorosas ou familiares, dos mistérios da vida e da morte, da literatura, das viagens, dos amigos. No Prefácio a estas crónicas escreve Daniel Sampaio sobre a obra e o autor: «As outras crónicas, reunidas neste volume, são uma demonstração clara da sua criatividade e da capacidade de falar dos temas do quotidiano ao leitor comum (…). Os temas são muito variados e embora o conjunto tenha grande coerência, qualquer um de nós pode ler estas crónicas como quiser, sem se preocupar em seguir uma ordem. Como terapeuta familiar, interessaram-me sobretudo as que escreveu sobre a família, pais, irmãos, avós, tios e primos, numa extraordinária galeria de personagens inesquecíveis.»



Ver os livros disponíveis no site LeYa online

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OUTROS LIVROS


A História do Hidroavião (conto), 1994 - 2005


Uma história de amizade passada em Lisboa. A saudade de África. A nostalgia da infância. O Tejo como ponte de memórias e como cenário de fundo. Um texto de António Lobo Antunes ilustrado por aguarelas do músico e compositor Vitorino, propositadamente recriadas para esta edição da Dom Quixote. Para ser lido e admirado por jovens e adultos. Disponível no site LeYa online.


Letrinhas de Cantigas (canções), 2002 edição limitada


A publicação em livro de 55 canções que Lobo Antunes escreveu para Vitorino, também cantadas por outros intérpretes. Edição limitada comemorativa dos 20 anos do escritor nas Publicações Dom Quixote.


D'este Viver Aqui Neste Papel Descripto - Cartas da Guerra, 2005

 
Capa original, à esquerda. À direita, a sobrecapa por ocasião da adaptação ao cinema

Cerca de 300 cartas que António Lobo Antunes escreveu a sua mulher no tempo em que esteve em Angola, durante a guerra colonial. Um documento importante sobre a juventude literária do escritor, e da sua experiência da guerra. Organização de Maria José Lobo Antunes e Joana Lobo Antunes (suas filhas). Disponível no site LeYa online.


Quem me assassinou para que eu seja tão doce?, 2008 (crónicas) - oferta limitada


Trata-se de uma edição limitada para oferta na compra dos livros do escritor em Março de 2008. Contém fotos conhecidas, a preto e branco, e algumas crónicas, tudo em 60 páginas.


António Lobo Antunes - Caderno, 2019 


«Apenas me preocupa atingir o coração do coração e iluminar tudo»
Caderno pensado para as pessoas que querem ter um «bloco de notas» sempre à mão. Todas as páginas são pontuadas por frases emblemáticas do autor e é um excelente presente para todas as ocasiões. Disponível no site LeYa online.

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CO-AUTORIA


Diálogos, com José Luís Tinoco, 1998 (Editora Escritor)


Poemas de António Lobo Antunes sobre pinturas de José Luís Tinoco.


Apontar com o dedo o centro da Terra, com Júlio Pomar, 2002 (Dom Quixote)


Extenso texto de Lobo Antunes (17 páginas) sobre a pintura de Júlio Pomar aparecendo reproduzidas algumas dezenas de obras do artista plástico.


Justiça de Salomão, com Júlio Pomar e Maria Alzira Seixo, 2004 (Mediatexto)


António Lobo Antunes assume o diálogo com o pintor Júlio Pomar e Maria Alzira Seixo estabelece a ponte entre as linguagens pictórica e literária. Edição trilingue

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ESCRITOR E OBRA


Os Romances de António Lobo Antunes, de Maria Alzira Seixo, 2002


Os romances de António Lobo Antunes (até Que Farei Quando Tudo Arde?) estudados pela Profª. Maria Alzira Seixo (que neste volume proporciona também aos leitores os seus documentos de trabalho: resumos, guiões de leitura, índice remissivo de temas, motivos e conceitos, bibliografia). Este livro, de 650 páginas, constitui um estudo de toda a obra de ficção publicada até à data pelo escritor, e vem ao encontro, quer do leitor comum quer do investigador interessado na produção literária poética e novelística.


Conversas com António Lobo Antunes, de María Luisa Blanco, 2002


Série de entrevistas com o escritor pela jornalista espanhola María Luisa Blanco.


A Escrita e o Mundo em António Lobo Antunes. Actas do Colóquio Internacional da Universidade de Évora, 2003


Organização de Eunice Cabral, Carlos J. F. Jorge, Christine Zurbach


António Lobo Antunes - Fotobiografia, por Tereza Coelho, 2004


Entrevistas com António Lobo Antunes,  1979-2007 Confissões do Trapeiro, por Ana Paula Arnaut (Edições Almedina), 2008


Dicionário da Obra de António Lobo Antunes, 2 volumes, sob coordenação de Maria Alzira Seixo, 2008 (Imprensa Nacional - Casa da Moeda), 2008


Elaborado por um grupo de seis estudiosos da literatura, em reflexão conjunta durante cinco anos, a partir do núcleo constituído pela equipa que procedeu à fixação/estabelecimento de texto para a edição ne varietur, tendo todos trabalhado a obra do escritor em muitas das suas facetas. A equipa é constituída por Maria Alzira Seixo, Graça Abreu, Eunice Cabral, Maria Fernanda Afonso, Sérgio Guimarães de Sousa, e Agripina Carriço Vieira. São todos professores de Línguas e Literaturas, leitores entusiásticos de romance e de poesia, e estão seguros de que a reflexão sobre a obra literária (na sua dimensão linguística, artística, histórica e filosófica) é componente basilar da formação e aperfeiçoamento do indivíduo e da sua acção positiva em sociedade.


Uma Longa Viagem com António Lobo Antunes, de João Céu e Silva, (1ª edição, 2009, Porto Editora / reedição alargada, 2024, Contraponto)

 

Ao longo desta viagem, António Lobo Antunes sorriu e chorou, contou segredos e anedotas, blasfemou e perdoou, foi cruel com quem não se espera, nada simpático com os autores de bestsellers, deixou ver como concebe um livro do princípio ao fim, confessou o medo de um dia ser incapaz de iniciar um romance, desabafou sobre o amor falhado com a mulher da sua vida, radiografou as relações com a família, revelou o pânico de voltar a sofrer com o cancro, explicou porque é que já não espera quase nada dos anos que lhe falta viver e assumiu que as tendências suicidas ainda não o abandonaram. Uma entrevista que foi uma longa-metragem dos muitos medos e das poucas alegrias que fazem de António Lobo Antunes o único autor português que só vive para o ofício da escrita, mesmo que à beira do apocalipse pessoal. Uma Longa Viagem com António Lobo Antunes será, a partir de agora, o retrato mais verdadeiro do escritor que sempre se proibiu de contar toda a sua verdade.


António Lobo Antunes, de Ana Paula Arnaut, 2009 (Edições 70)


A postulação de António Lobo Antunes como autor do cânone não é prejudicada pelo facto de ele ser nosso contemporâneo. Nas suas obras surpreendemos temas, personagens, acções e valores que bem explicam um duplo sentido de reconhecimento que nelas e por causa delas cultivamos: reconhecimento enquanto identificação com aspectos significativos do nosso viver e da nossa memória colectiva, particularmente a que remete para as últimas três a quatro décadas do nosso tempo; reconhecimento enquanto testemunho de apreço de instituições e de leitores que por diversas formas têm formulado esse apreço. O presente estudo, assinado por Ana Paula Arnaut, confirma muito do que fica dito. Os leitores do autor de ‘As Naus’ – os que já o são e os que graças a este livro poderão vir a sê-lo – serão disso beneficiários certos.” - Carlos Reis


Memória Descritiva da Fixação do Texto Para a Edição Ne Varietur da Obra Completa de António Lobo Antunes, de Maria Alzira Seixo, Graça Abreu, Eunice Cabral e Agripina Carriço Vieira, 2010


Este livro explica as razões que tornaram necessária a edição ne varietur da obra de António Lobo Antunes e expõe os critérios que presidiram à sua elaboração, ao longo dos cerca de seis anos que ocupou. Apresenta, na introdução, noções breves e simplificadas dos diversos conceitos filológicos e ecdóticos utilizados no trabalho, de modo a que o leitor corrente possa entender o que se fez e porque se fez, mas procura também ir ao encontro da necessidade universitária deste tipo de preservação do nosso património cultural. Contém ainda, no final, sugestões para uma investigação futura em crítica genética e em estilística do texto, as quais se cruzam com a caracterização de traços significativos da poética do escritor.


As Flores do Inferno e Jardins Suspensos, de Maria Alzira Seixo, 2010


«As Flores do Inferno aborda linhas de significação matriciais nos romances de António Lobo Antunes, em reflexão elaborada sem grandes precauções de coerência metodológica, a que me apetecia mesmo chamar um «ensaio-promenade». Determinada embora por princípios teóricos que são os meus, e desenvolvida segundo preceitos de rigor textual que sempre tento cumprir, reconheço a esta reflexão o carácter de liberdade crítica e de comunicação expansiva que procedem da experiência longa e vivida da leitura e da arte. Concentro-me na análise da força intensiva, ou disseminada, da palavra - e defendo que a intensidade dessa força é, sempre que experenciada, manancial de prazer e conhecimento que dá vigor e lastro ao quotidiano. Jardins Suspensos obedece ao desejo de estudar o conjunto das crónicas do autor, pois formam um universo de escrita no qual tem de se reconhecer uma peculiar originalidade e assinalável qualidade poética. Elas são parte complementar da mundividência dos romances , particularmente dos sectores temático, simbólico e composicional, de que o primeiro ensaio dá conta, constituindo estes dois escritos um todo de (neste caso, inesperada - mas encontrada!) coerência interpretativa. Seguem-se os meus Estudos sobre ALA (apenas os apresentados em língua portuguesa) que tiveram uma anterior publicação dispersa». - Maria Alzira Seixo


António Lobo Antunes - A Crítica na Imprensa 1980-2010 Cada Um Voa como quer, por Ana Paula Arnaut (Almedina), 2011


O discurso crítico pode (...) ser entendido, com a singularidade e, às vezes, com a transitória precariedade que o caracterizam, como um elemento a ter em conta no processo de constituição de um certo imaginário literário e das figuras e textos que o povoam. Com maioria de razão acentuamos no discurso crítico aquela precariedade, quando estão em causa escritores do nosso tempo. E assim a relação de contemporaneidade que com eles vivemos envolve dificuldades e limitações conhecidas. Ou porque não estão ainda definidos, com a nitidez (mas também, não raro, com a rigidez) que a distância temporal favorece, os traços dominantes de uma produção literária já “historicizada”; ou porque nos juízos críticos que formulamos acerca dos contemporâneos é forte a presença de pressupostos exógenos a essa produção literária in fieri, sejam de natureza psicológica, ideológica ou de outra qualquer feição; ou porque a leitura de um escritor ainda com obra em curso inviabiliza a tentação de juízos globais e “fechados”, por qualquer destas ou por outras razões ainda, a verdade é que o discurso crítico acerca dos contemporâneos implica dificuldades, riscos e também desafios próprios - Carlos Reis


António Lobo Antunes, a Arte do Romance, de Filipe Cammaert, Texto Editora, 2011
Colecção ALA - Ensaio, 1º volume


Este livro abre a Colecção António Lobo Antunes – Ensaio. Inclui estudos dos especialistas reunidos em Junho de 2009 no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras de Lisboa para estudarem a arte do romance na obra deste escritor: José Gil, Paula Morão, Agripina Carriço Vieira, Eunice Cabral, Graça Abreu, Ana Paula Arnaut, Inês Cazalas e Catarina Vaz Warrot. Apresenta o state of the art desta obra no final da 1ª década do séc. XXI. Como escreve A. Lobo Antunes? Porque escreve? Como muda ele a literatura? O que dá ao leitor? Como o prende? Subjectividade, romanesco, inquietação, incidências da música, escrita abstracta, ritmo narrativo e modos de compor são dos tópicos aqui mais abordados. Foi organizador do encontro Felipe Cammaert.


A Mão-de Judas. Representações da guerra colonial em António Lobo Antunes, de Norberto do Vale Cardoso, Texto Editora, 2011
Colecção ALA - Ensaio, 2º volume


António Lobo Antunes e a guerra colonial em África, tópico fundamental da literatura portuguesa nos últimos 50 anos, continua actual na obra do escritor, como está patente no último romance, Comissão das Lágrimas. E se esta guerra constituísse, além de atroz experiência  humana e existencial, um vector basilar na composição do texto antuniano, imprimindo na expressão literária a perdurabilidade do risco, a ulcerada exposição à perda de si, dos outros, do sentido de tudo? Este livro percorre tais caminhos, a partir da figuração de Judas, que, entre Marte e a Morte, passando por Narciso, e um rapaz chamado António, enfrenta medos, anseios, valores, ideologias, e o risco de traçar no papel o sofrimento de irremediáveis contradições. Livro que prende o leitor, tanto quanto o ensina, constituíu, antes de ser reelaborado para esta publicação,  uma tese de doutoramento na Universidade do Minho, e é seu autor Norberto do Vale Cardoso, professor do Ensino Secundário, actualmente na Escola Profissional de Chaves.


As Mulheres na ficção de António Lobo Antunes: (In)variantes do feminino, de Ana Paula Arnaut, Texto Editora, 2012
Colecção ALA - Ensaio, 3º volume


Como trata a mulher António Lobo Antunes? As figuras femininas são abundantíssimas, na sua obra, marcadas por traços indeléveis de actuação e  personalidade. Mas agem elas com frequência ou são meras personagens comparsas, de procedimento subordinado a dos homens? Têm vincado o carácter ou, ao invés, apresentam compleição débil, não alcançando voz activa na intriga do romance? Ana Paula Arnaut, professora Agregada da Universidade de Coimbra e especialista desta obra, estuda com pormenor e rara argúcia, em todos os romances, as figuras femininas neles existentes, procedendo a finas análises do texto e de comportamentos nele representados, que impressionam pela tendencial exaustão do trabalho e pela justeza das conclusões, que nunca simplificam essa capacidade de sugestão e vaga impressividade que é dos encantos maiores da escrita de António Lobo Antunes. Este é o livro que faltava, para uma melhor compreensão do universo ficcional do criador de Julieta de A Ordem Natural das Coisas, da Isilda de O Esplendor de Portugal e da Maria Clara de Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura, personagens que marcam o romance português de todos os tempos.


Chaves de escrita e chaves de leitura nos romances de António Lobo Antunes, de Catarina Vaz Warrot, Texto Editora, 2013
Colecção ALA - Ensaio, 4º volume


A música, em António Lobo Antunes, é um aspecto de relevo. Na composição dos romances, na caracterização de personagens, no tecido de sons que povoam o universo dos seus textos. Surge em referências e antologias (jazz, música pop, modelos sinfónicos), em formas de composição (o articulado de vozes alternadas, cruzamento de ‘mãos’ da escrita, a construção de repetições, certos efeitos de ressonância) que são familiares ao leitor antuniano. Mas não tem havido estudos que o objectivassem no processo de escrita do autor de Fado Alexandrino. Catarina Vaz Warrot, doutorada em Franla com uma tese que justamente de tal se ocupa, estuda aqui o tema a preceito. Encara-o de uma perspectiva linguística precisa, combinando análise da enunciação com factores da estética musical, e centrando ambos no tema do tempo, característico do autor. Mais: ela mostra como certas dificuldades de acesso à leitura dos seus romances (para isso analisa parte de Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura) se tornam fáceis «chaves» de entendimento do universo desta escrita. Num finíssimo trabalho de análise da enunciação, mas utilizando uma linguagem sempre acessível ao leitor corrente. Imprecindível, para se «entrar» melhor na obra do nosso grande escritor!


António Lobo Antunes: A  Desordem Natural do Olhar, de Susana João Carvalho, Texto Editora, 2014
Colecção ALA - Ensaio, 5º volume


Sobre a obra de António Lobo Antunes, leitores e crítica referem com frequência as vozes que emergem no texto, nela constituindo uma rede de significação singular. Susana João Carvalho não é dessas vozes que se ocupa, ou antes, encara-as através de um motivo literário diferente, o do olhar. Imagens, retratos, filmes, espectacularidade são neste trabalho campos de pesquisa para uma interpretação original. E o livro que ora se publica, A Desordem Natural do Olhar, é aliás ordenadíssimo, bem planificado e expresso num português de assinalável correcção. Inspira-se o título num dos romances do escritor, mas é de outros que trata: Explicação dos Pássaros, Fado Alexandrino, Auto dos Danados e As Naus, designados pelo autor como ‘o ciclo das epopeias’. Um livro valioso, pois, sobre os efeitos visuais na expressão literária, e sobre a humanidade complexa (de ordem trágica e dramática, tanto quanto cómica e grotesca) do grande escritor que é António Lobo Antunes.


Quem sou eu? Ensaios sobre António Lobo Antunes, de Sérgio Guimarães de Sousa, Texto Editora, 2015
Colecção ALA - Ensaio, 6º volume


O livro de Sérgio Guimarães de Sousa, é o mais recente volume de uma colecção de estudos universitários e de outras proveniências que tentam estabelecer uma ponte de acessibilidade entre a obra de António Lobo Antunes e todos os tipos de leitores, atendendo a graus diversos de formação.


António Lobo Antunes: As Formas Mudadas, de Norberto do Vale Cardoso, Texto Editora, 2016
Colecção ALA - Ensaio, 7º volume


Contemporânea e clássica, certamente multímoda, a obra de António Lobo Antunes é aquela que pretende “mudar a arte da escrita”.
Em António Lobo Antunes: As Formas Mudadas, título que retoma uma das obras que mais tem influenciado a cultura ocidental, as Metamorfoses de Ovídio, percorremos os caminhos da obra que nunca se fixa, que se constrói em avatares constantes, seja nas várias tendências estéticas, nos temas, na mundividência, na sensibilidade,
na concepção e/ou composição da escrita, em suma, na sua “poética” (a importância do lateral, dos interstícios, da transfiguração verbal, do indecidível, do fragmentário, do suspenso, da metaficção).
Em António Lobo Antunes: As Formas Mudadas verificamos que a obra de António Lobo Antunes é aquela que se adianta ao seu próprio tempo, mas é, de igual modo, aquela que não desdenha a herança dos clássicos, com os quais contacta em permanência, para “sobreviver ao tempo,
ao ferro e ao fogo”.
Nenhum ensaio estabelece interpretações definitivas – muito menos em literatura. António Lobo Antunes: As Formas Mudadas, volume 7 da Colecção António Lobo Antunes/Ensaio, pretende tão-só interrogar-se sobre os sentidos da arte e, com ela, da vida. Afinal, e parafraseando o próprio António Lobo Antunes, “Como se pode agarrar, digam-me lá, o que constantemente muda?”


Depressão e Psicoterapia em António Lobo Antunes - Qualquer coisa que me ajude a existir, de André Corrêa de Sá, Texto Editora, 2019
Colecção ALA - Ensaio, 8º volume


A representação polifónica dos aspectos clínicos da depressão e uma concepção do discurso como processo terapêutico revelam-se compatíveis com um projecto psicoterapêutico que, propondo o tratamento da doença, exige do leitor o compromisso de uma relação analítica.


O que faria eu se estivesse no meu lugar? 10 conversas de vida com António Lobo Antunes, de Celso Filipe, Planeta, 2017


Uma visão intimista de um dos maiores escritores da actualidade: o que pensa hoje António Lobo Antunes sobre o amor, a amizade, a infância e a família, o ofício de escritor, a fama, os prémios, a posteridade. 

«Este não é um livro do António Lobo Antunes nem um livro sobre o António Lobo Antunes. É uma mistura de ambos, construído a partir de 10 conversas que tiveram lugar entre Abril e Agosto de 2016.» - Celso Filipe


António Lobo Antunes - O amor das coisas belas (ou pelo menos das que eu considero belas), biografia ilustrada - texto de Jorge Reis-Sá e ilustrações de Nicolau, edição Pato Lógico, 2018


Da colecção Grandes Vidas Portuguesas. Livro incluído no Plano Nacional de Leitura (recomendado para jovens dos 12 aos 18 anos e para maiores de 18 anos)

«"Era uma vez um menino chamado António." Foi assim, com este "era uma vez", que encontrei a chave. Eu não ia — eu não queria — falar no António Lobo Antunes. Eu queria falar do António, do menino que ainda hoje existe. É certo, tem quase 80 anos. É certo, é um escritor consagradíssimo, um génio das palavras. Mas, quando se percebe o fundo daquele olhar tão azul, percebe-se que nunca deixou de ser o menino chamado António.» - Jorge Reis-Sá

«Antes de ilustrar este livro, apenas conhecia os dois primeiros livros do autor e então, fui à biblioteca e li um romance por década da sua carreira. As crónicas também me ajudaram a entender a sua escrita e a sua história pessoal. Acho que ler Lobo Antunes é como uma purga, uma intoxicação que, de alguma forma, limpa. E também um exercício de presença. Procurei usar muitas referências e a angústia, que me parece transversal na obra dele.» - Nicolau



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Todos os livros editados por Publicações Dom Quixote, excepto quando assinalado.

Sinopses dos romances em António Lobo Antunes - Fotobiografia, por Tereza Coelho, Publicações Dom Quixote, 2004, excepto a partir de Ontem não te vi em Babilónia, por Publicações Dom Quixote/Leya/Mediabooks, ou o assinalado. Sinopses dos volumes ALA-Ensaio por Maria Alzira Seixo


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Idiomas em que a obra de António Lobo Antunes está traduzida: alemão, amárico, bósnio, búlgaro, catalão, castelhano, checo, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, basco, finlandês, francês, grego, hebraico, holandês, húngaro, inglês, italiano, lituano, macedónio, mandarim, norueguês, polaco, romeno, russo, sérvio, sueco...


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